LIMA, 19 de jul de 2006 às 15:18
Paul Hunt, funcionário da Comissão de Direitos humanos da ONU e conhecido lobbysta dos "direitos sexuais e reprodutivos", retornará ao Peru para promover a ideologia de gênero ao começar um novo governo nacional.
Edhucasalud, uma organização de fachada que promove os chamados "direitos reprodutivos" –que para o Hunt incluem o aborto–, organizou dois eventos com o auspício do Ministério da Saúde, o Fundo de População das Nações Unidas, a organização CARE e a Pontifícia Universidade Católica do Peru.
Trata-se da conferência "Exclusão e Direito à Saúde: A função dos profissionais de saúde", que se celebrará em setembro próximo, e o curso "Monitorando o Direito à Saúde na América Latina" previsto para outubro.
Hunt oferecerá o discurso inaugural da conferência que, segundo os organizadores, "oferecerá uma oportunidade para que os profissionais da saúde, suas organizações e outras instituições da sociedade civil e do setor público compartilhem e aprendam com as diversas experiências de trabalho sobre exclusão e desigualdade em saúde, a apartir de uma perspectiva local, regional e global".
Quem é Paul Hunt?
Hunt visitou o Peru em 2004 para se reunir com a Ministra da Saúde, Pilar Mazzetti, uma defensora da pílula do dia seguinte. Então foi apresentado por organizações feministas e abortistas do Peru como uma "eminência" em direitos humanos.
Entretanto, organizações pró-vida como Concerned Women of America (CWA) desmascararam o papel do Hunt como um ativo promotor do aborto e dos "direitos sexuais".
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Nesse mesmo ano, uma sessão da Comissão de Direitos Humanos da ONU discutiu a aprovação de um relatório escrito por Hunt que promove a expansão dos denominados "direitos reprodutivos internacionais", que incluem o aborto e a criação de um novo "direito sexual internacional" para homossexuais e lésbicas.
No texto, Hunt afirmou que "as mulheres com gravidez não desejada deveriam receber informação e aconselhamentoa que inclua saber onde e quando uma gravidez pode ser interrompida legalmente" e acrescenta que "os estados devem também melhorar o acesso aos abortos, através da criação de novas clínicas abortistas".
Do mesmo modo, acrescentou que "os sistemas públicos de saúde deveriam capacitar e equipar os fornecedores de serviços de saúde para que os abortos não sejam só seguros, mas também acessíveis. Os estados devem trabalhar para eliminar os abortos ‘de risco’ mediante a eliminação das restrições para o aborto".
Segundo CWA, o relatório de Hunt dedicou 49 parágrafos aos direitos sexuais e só cinco para os problemas como doenças e pobreza.
O relatório especificamente:
· cria um falso "direito" que se tenta impor em diversos países. O "direito sexual" é o centro do texto, mencionado repetidas vezes enquanto a comunidade internacional não definiu ou reconheceu o termo;
· aprova e promove um "direito internacional" ao aborto e o uso de potencialmente perigosos fármacos abortivos, procurando que os governos ofereçam às mulheres informação sobre como e onde submeter-se a um aborto;
· exige dos países assegurar que os adolescentes receberão informação sobre anticoncepcionais e "serviços de saúde sexual e reprodutiva" sem o consentimento de seus pais;
· pede aos governos "desistir da negação ou limitação do acesso total de cada pessoa a estes serviços;
· solicita aos países não "marginalizar" a saúde sexual e reprodutiva dos recursos internacionais.
· declara que os "direitos sexuais" incluem o direito de todas as pessoas de expressar sua orientação sexual sem "interferência social", aproveitando que o termo "orientação sexual" também não está definido.
O CWA informou que o embaixador americano Rich Williamson enviou então uma carta à Comissão da ONU e denunciou que Hunt excedeu sua autoridade e mandato; expressa fortemente suas interpretações pessoais antes que respeitar a linguagem dos acordos internacionais; tenta criar por consenso um "direito à saúde"; e utiliza o termo "direitos sexuais" sem que tenha sido reconhecido pela comunidade internacional.